Usiminas

Projeto promove tratamento psicomotor gratuito para crianças e jovens autistas em Ipatinga

30/09/2022

Na última semana, a temporada 2022 do projeto “Correr, manipular e equilibrar”, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em Ipatinga chegou ao fim. A iniciativa busca promover o desenvolvimento de habilidades em crianças e jovens autistas por meio de um programa transdisciplinar com atividades esportivas, de lazer, socialização e capacitação para profissionais da educação. No evento de encerramento, a Usiminas, uma das patrocinadoras da ação há dois anos, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, anunciou a renovação do patrocínio para o próximo ano de atuação do projeto na cidade. 

Para a diretora do Instituto Usiminas, Penelope Portugal, esse apoio é fruto de uma parceria que reafirma o compromisso da companhia com as comunidades, reverberando no bem-estar e desenvolvimento psicomotor de 50 crianças e jovens assistidos pelo projeto. “Entendemos a diferença que essa iniciativa faz na vida das pessoas. Por isso, é de uma alegria imensa contribuir para que esse programa democratize o acesso à assistência para autistas e continue a surpreender e trazer esperança para as famílias da região”, declara. 

Feliz com a notícia, Wina Lidiane de Brito Andrade, mãe de João Luiz Andrade Santos, de 12 anos, e de Saulo Andrade Santos, de 7, ambos assistidos pelo projeto, agradece a Usiminas pela continuidade da ação: “É uma felicidade enorme, sem palavras”. Ela conta que seus filhos ganharam autonomia, com os primeiros resultados notados cerca de um mês após o início do tratamento. Segundo ela, o diferencial da equipe é não limitar, já que atende crianças e jovens com todos os níveis de autismo. “Eles têm as técnicas corretas, ciência, evidências e estrutura. É um serviço único em Ipatinga, e tem amor. Vão sempre além do que é proposto”, diz. 

“O projeto transformou nossas vidas e abriu nossa visão para as potencialidades dos nossos filhos. Enxergamos que, mesmo com limitações, eles são capazes de fazer muitas coisas. Hoje, o Saulo e o João têm muita autonomia e tenho segurança em sair de casa com eles. O projeto não trata simplesmente as crianças, mas sim toda a família. É uma família cuidando de outras famílias, e eles são parte da nossa história. É transformador, porque trabalham com eles a independência e a vida real, e isso é estimulante. Eles sempre nos orientam como conduzir e ter a postura certa com as crianças. Temos muito a agradecer”, completa Wina. 

Democratização do acesso 

Viviane Bretas de Oliveira, mãe de Raquel, de 7, e Gael, de 3, também contemplados pelo “Correr, manipular e equilibrar”, destaca a importância de estar mais próxima do desenvolvimento dos filhos, especialmente pela oportunidade de acesso ao tratamento. Conforme relatos, por questões financeiras, o projeto foi o único a viabilizar a assistência aos seus filhos. “Uma luz no fim do túnel”, segundo ela. 

“Quando fui brindada com o projeto, além de ficar muito grata, pude ver o processo de crescimento dos meus filhos. Eles mal andavam ou gesticulavam, e se desenvolveram tanto que começaram a pular. A Raquel tinha medo de descer uma simples calçada, agora pula, brinca, corre e socializa com outras crianças. Cada dia que passa, eles me surpreendem mais. Para nós, pais de autistas, a luta não é fácil, abrimos mão de nós mesmos para viver unicamente em prol deles. São muitos obstáculos, lutas e dificuldades, e cada progresso é uma vitória. Esse projeto traz luz e esperança para nossa vida”, declara Viviane. 

Evolução 

Vinicius Mendes de Carvalho, pai de Heitor Carvalho Gomes, de 4, conta que sua história com o projeto teve início há cerca de quatro meses, quando o pequeno começou a fazer parte da iniciativa, logo após a privação de tratamento por cerca de dois anos, em razão da pandemia. Segundo relatos, a evolução de seu filho foi notória. 

“O Heitor teve um avanço muito grande, principalmente de comportamento e interação. Venho acompanhando essa evolução. O trabalho da Apae é muito interessante e importante para as crianças autistas ou com outro tipo de transtorno do desenvolvimento. Com esporte e interação, essa iniciativa traz qualidade no tato da criança autista. O trabalho, da forma como é feito e com o método utilizado, trabalha todas as questões sensoriais, de toque e fala, tendo uma importância muito grande para o desenvolvimento das crianças. A equipe é fantástica, tem tato e amor pelo que fazem. É realmente grandioso”, afirma. 

Coordenadora do projeto, Simone Martinho Soares acompanha o processo de desenvolvimento dos jovens em tratamento de perto. Ela acredita, assim como Vinicius, que a palavra que melhor resume o trabalho feito pelo “Correr, manipular e equilibrar” é evolução. 

“Percebo um avanço significativo nas habilidades motoras, sociais, afetivas e comportamentais dos alunos, porque trabalhamos com educação física especial. E esse projeto se tornou essencial para esses alunos, porque dá continuidade às habilidades adquiridas pelos autistas, sem interrupção e evitando com que eles tenham que começar do zero novamente. Então, o repertório motor e afetivo evolui muito. Trabalhamos também na construção da cidadania e do sentimento de pertencimento dessas crianças, jovens e adolescentes com TEA na sociedade. Estamos dando a eles essa oportunidade, de vir e evoluir conosco”, observa. 


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