Usiminas

Ipatinga recebe João Portinari e Ronaldo Fraga

12/04/2018

Em programação que integra a Exposição Portinari, que conta com o patrocínio exclusivo da Usiminas,
bate-papo com o único filho do pintor Portinari e com o estilista mineiro reúne cerca de 200 participantes

A noite da última terça-feira (10/04) foi especial para os mais de 200 participantes do bate-papo com João Candido Portinari e com o estilista Ronaldo Fraga, realizado no Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga. O encontro trouxe fatos cronológicos da carreira do pintor modernista Candido Portinari, além de relatos e curiosidades da vida pessoal do artista e, ainda, detalhes sobre a catalogação do seu acervo e realizações do Projeto Portinari, que resgata e divulga as obras do pintor há quase 40 anos.

O evento foi mais uma das ações da exposição “Candido Portinari – Releitura do Painel Civilização Mineira por Ronaldo Fraga” e “O Brasil de Portinari”, que ficará em exibição até o dia 5 de maio, na Galeria Hideo Kobayashi, no Centro Cultural Usiminas. A exposição tem o patrocínio exclusivo da Usiminas, com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apoio institucional do Projeto Portinari, do Instituto Cultural Usiminas e produção executiva da Base Projetos Especiais.

O encantamento da advogada Indira Silveira Resende, de Coronel Fabriciano, pela obra do pintor modernista só aumentou depois de assistir à palestra de João Portinari e de Ronaldo Fraga. “Sou amante das obras de Portinari e do trabalho de resgate dos quadros feito por seu filho no Projeto Portinari. Conheci as réplicas do artista e a coleção do Fraga inspiradas em sua obra aqui nesta exposição. Essa junção de dois grandes artistas do nosso país é perfeita. Esta noite veio para nosso deleite permeada de pura emoção. A arte nos toca sem precisar ser explicada. Conhecer os relatos que envolvem esta exposição foi um presente para nossa região”, declarou Indira.

Projeto Portinari

João Portinari é o único filho do maior pintor modernista brasileiro, fundador e diretor-geral do Projeto Portinari, também matemático e doutor em Engenharia de Telecomunicações. Ele é o responsável pelo acervo de mais de 5 mil peças do artista plástico. “Mais de 95% da obra de Portinari é inacessível ao público e está guardada em coleções particulares. O Projeto Portinari nasceu com o objetivo de recuperar e restaurar a maior parte dos seus quadros”, ressaltou João durante a palestra.

Segundo o diretor do Projeto Portinari, foram necessários 25 anos de trabalho para concluir a montagem do acervo. O levantamento permitiu catalogar mais de 5 mil obras e aproximadamente 30 mil documentos. João conta que a equipe fez um trabalho “de detetive”, reunindo cartas, documentos, pesquisas minuciosas, inclusive com viagens por 15 países. Uma mobilização da imprensa nacional e até uma campanha com artistas de uma emissora de televisão também ajudaram a localizar peças que hoje compõem o acervo.

“Em 1994, foram criadas as réplicas digitais de 450 obras de Portinari e, em 2004, realizei o sonho de publicar o Catálogo Raissonné, que reúne todas as obras de Portinari em ordem cronológica. Poucos artistas em todo o mundo possuem a publicação”, revelou. “A vinda dos painéis Guerra e Paz para restauração no Brasil foi outro marco dessa trajetória. Tivemos a oportunidade de apresentar as técnicas de restauro utilizadas no Brasil, em ateliê aberto ao público no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, em 2011, com entrada franca, recebendo mais de 7 mil pessoas. Percorremos quatro capitais brasileiras com os painéis antes de levá-los de volta à ONU, em Nova York. A reinauguração dos murais pelo secretário-geral das Nações Unidas da época, Ban Ki-moon, foi mais um fato marcante para nós”, enumerou João.

Pelo Brasil

O Projeto Portinari cumpre sua função de tornar conhecida a obra do maior pintor modernista do país. Segundo João Portinari, depois de finalizar a catalogação de todo o acervo, a equipe do projeto começou uma jornada pelo Brasil, levando as réplicas e realizando oficinas educativas em comunidades e escolas de todo o país. “Portinari foi um intérprete das grandes preocupações e sua obra é profundamente comprometida com o ser humano. Por trás das tintas, seus quadros ensinam valores que educam crianças e jovens e podem ajudar a construir um novo país”, frisou.

Para Ronaldo Fraga, a riqueza da obra de Portinari deveria estar por toda parte do nosso país e ser referência para todos os brasileiros. “Portinari foi mais que um medalhão da arte e da cultura brasileira. Ele foi um brasileiro que interpretou o Brasil, falou de um país real, de um país profundo, de um Brasil para todo o tempo, desconhecido pelos brasileiros até hoje. Uma obra extremamente tenra, política, ao mesmo tempo doce e de resistência, acessível, embora sofisticada. Arrisco dizer que foi o artista que melhor desenhou e reinventou o Brasil. Sonho um dia em que Portinari chegue ao maior número de pessoas. Sua obra é uma fonte inesgotável de inspiração. Eu poderia criar coleções inspiradas nas obras dele para o resto da minha vida”, enfatizou o estilista mineiro e curador da exposição em Ipatinga.

Bauzinho de Pintor

A Biblioteca Central de Ideias do Instituto Cultural Usiminas foi presenteada por João Portinari com o “Bauzinho do Pintor”, material desenvolvido pelo Projeto Portinari para trabalhar literatura brasileira em sala de aula. Destinado às bibliotecas de escolas públicas, o Bauzinho contém 25 lâminas de réplicas de quadros do artista, o caderno do professor e o caderno da linha do tempo intitulados “O Brasil de Portinari” e o livro “Meninos de Engenho”, de José Lins do Rego, cujas ilustrações foram feitas por Portinari.

Para a diretora do Instituto Cultural Usiminas, Penélope Portugal, o Bauzinho de Portinari é mais uma marca positiva da passagem das réplicas do pintor por Ipatinga, primeira cidade de interior a receber a exposição. “É um privilégio receber obras desses dois gênios da cultura brasileira: Candido Portinari e Ronaldo Fraga. Estamos ainda mais honrados de tê-los aqui neste momento tão especial para o Centro Cultural Usiminas. Com esse presente, podemos continuar a perpetuar a sua obra, que nos convida a refletir, observar e dialogar sobre o nosso país”, declarou a diretora.

O “Bauzinho do Pintor” está disponível para consulta na Biblioteca Central de Ideias, do Centro Cultural Usiminas. Duas mil unidades do material foram produzidas pelo Projeto Portinari, em 2009, com recursos do edital da Petrobrás. “O bauzinho é um elemento recorrente nos quadros de Portinari. Ele remete à sua família, que como toda família italiana, utilizava os baús onde trouxeram seus pertences para o Brasil para guardar recordações da família”, descreveu a coordenadora do Projeto Portinari Suely Avelar, que mediou o bate-papo com João Portinari e Ronaldo Fraga em Ipatinga.

O Brasil de Portinari

Na segunda fase da exposição Portinari, o público pode conhecer de perto 39 réplicas de Portinari, expostas na Galeria Hideo Kobayashi, do Centro Cultural Usiminas. As réplicas são divididas em seis módulos: “Histórico”, “Paisagens”, “Cultura Brasileira”, “Social”, “Cenas de Trabalho” e “Etnias Plurais”. Nesses ambientes, os visitantes poderão apreciar réplicas de famosas obras do artista como, “Descobrimento”, “Primeira Missa”, “Circo”, “Espantalhos”, “Retirantes”, “Brodowski”, “Pau Brasil” e “Cangaceiros”. A coleção “O caderno secreto de Candido Portinari”, de Ronaldo Fraga, também está na Galeria Hideo Kobayashi até o dia 5 de maio.

O público visitante pode vivenciar experiências lúdicas e envolventes, com as visitas guiadas à exposição, orientadas pelos monitores especialmente capacitados para estimular leituras e reflexões da obra e da história de Candido Portinari. Atividades com oficinas de arte referentes às obras da exposição são oferecidas a estudantes e professores. Esta ação é ministrada às turmas também previamente agendadas pela Ação Educativa, no Centro Cultural Usiminas.

SERVIÇO

Exposição Candido Portinari

Releitura do Painel Civilização Mineira por Ronaldo Fraga | O Brasil de Portinari

Até 5 de maio de 2018 | Terça a sábado, 10h às 21h

Galeria Hideo Kobayashi – Centro Cultural Usiminas

Entrada Franca

 


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